Documentos da PF indicam que Lulinha viajou de 1ª classe com o “Careca do INSS” para Portugal e caso acende alerta na CPMI


Documentos obtidos pela Polícia Federal trouxeram novos detalhes sobre uma viagem internacional que voltou ao centro do debate político em Brasília. Segundo as informações, o empresário Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho do presidente da República, esteve no mesmo voo que Antônio Carlos Camilo Antunes, o chamado “Careca do INSS”, rumo a Portugal. O deslocamento ocorreu em um voo da Latam, operado sob o número JJ-8148, partindo de Guarulhos com destino a Lisboa.

De acordo com os registros analisados pela PF, ambos viajaram na primeira classe da aeronave, ocupando assentos distintos, porém localizados na mesma área privilegiada do avião. O “Careca do INSS” teria ocupado a poltrona 3A, enquanto Lulinha estava acomodado na 6J — ambos junto à janela. A investigação chegou a reunir até informações sobre a disposição das poltronas, reforçando a tentativa de detalhar minuciosamente o trajeto feito pelos passageiros.

A existência da viagem veio à tona após o depoimento de Edson Claro, ex-funcionário de Antônio Carlos Antunes. Segundo ele, essa não teria sido a única ocasião em que Lulinha e o empresário viajaram juntos ao exterior. O depoimento ainda afirma que todas as despesas das viagens seriam custeadas por Antunes, o que elevou o nível de atenção dos investigadores.

Ainda conforme o relato apresentado à Polícia Federal, Edson Claro afirmou que Lulinha receberia uma espécie de “mesada” mensal paga pelo empresário, com valores que chegariam a cerca de R$ 300 mil. O depoimento também menciona um suposto pagamento milionário feito ao filho do presidente, o que, se comprovado, pode ter desdobramentos jurídicos e políticos relevantes.

A apuração também revelou que, no início do mês, integrantes da base governista na CPMI do INSS conseguiram impedir que a comissão requisitasse oficialmente à Latam a lista de passageiros do voo JJ-8148. Apesar disso, a Polícia Federal teria obtido a documentação de forma independente, reforçando a veracidade do registro da viagem.

Outro ponto que chama atenção é o padrão do voo em questão. Passagens de primeira classe nessa rota internacional podem custar entre R$ 14 mil e R$ 25 mil, oferecendo serviços de alto padrão, como poltronas que reclinam totalmente, atendimento personalizado e carta de vinhos com rótulos que chegam a centenas de reais. Esses detalhes reforçam o contraste entre o luxo da viagem e as investigações em curso envolvendo o INSS.

O caso ganhou ainda mais repercussão após a informação de que Lulinha teria se mudado para Madri, na Espanha, em meados deste ano. A mudança repentina gerou questionamentos entre parlamentares da oposição, que buscam esclarecer se houve conhecimento prévio sobre o avanço das investigações ou se a decisão foi tomada por outros motivos pessoais.

Procuradas, as defesas de Antônio Carlos Camilo Antunes e de Lulinha não comentaram o caso. A defesa do empresário alegou não ter tido acesso completo às informações, enquanto Lulinha ainda não teria constituído advogado. Pessoas próximas ao filho do presidente afirmam que ele pretende retornar ao Brasil no fim do ano e que estuda medidas judiciais contra quem associa seu nome ao escândalo do INSS.

Enquanto isso, a Polícia Federal mantém o caso sob sigilo, e a CPMI segue pressionada por novos fatos que continuam surgindo. A investigação promete novos capítulos e deve seguir influenciando o cenário político nacional nos próximos meses.

Resumo

Documentos da Polícia Federal apontam que Lulinha e o “Careca do INSS” viajaram no mesmo voo de primeira classe para Portugal, com registros detalhados de assentos e custos. O caso ganhou força após depoimento de ex-funcionário, que falou em viagens custeadas pelo empresário e supostos pagamentos mensais. A CPMI do INSS tenta avançar na apuração, enquanto as defesas não comentam e a PF mantém o caso sob sigilo.

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