Sem sanções dos EUA, plano de Eduardo Bolsonaro perde força política


A decisão do governo dos Estados Unidos de revogar as sanções impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, provocou impacto direto no cenário político brasileiro e atingiu em cheio a estratégia internacional do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Especialistas avaliam que a retirada das punições esvazia o principal discurso adotado por Eduardo nos últimos meses: o de buscar apoio externo, especialmente junto ao governo norte-americano, para pressionar instituições brasileiras e confrontar o STF. A medida, que chegou a animar a base mais radical do bolsonarismo, agora perde força simbólica e política.

Segundo analistas, a aplicação da Lei Magnitsky tinha um peso mais retórico do que prático, mas servia como combustível político para sustentar a narrativa de que autoridades brasileiras estariam sendo alvo de reprovação internacional. Com o recuo dos Estados Unidos, essa construção perde sustentação.

Paralelamente a isso, Eduardo Bolsonaro enfrenta problemas no plano interno. Nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), notificou o parlamentar sobre a abertura de procedimento administrativo que pode resultar na perda de seu mandato, em razão do excesso de faltas. Eduardo está nos Estados Unidos desde março e terá prazo para apresentar defesa formal à Câmara.

Mesmo diante da revogação das sanções, integrantes da família Bolsonaro se manifestaram publicamente. Em nota divulgada nas redes sociais, Eduardo afirmou ter recebido “com pesar” a decisão do governo americano, ao mesmo tempo em que agradeceu o apoio do presidente Donald Trump ao longo do processo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) também tentou associar a retirada das sanções à tramitação de projetos no Congresso, como a proposta que trata da dosimetria das penas e a discussão sobre anistia.

No entanto, para especialistas em direito internacional e ciência política, a relação entre Brasil e Estados Unidos segue um caminho pragmático. A aproximação diplomática entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo americano, somada à retomada do diálogo institucional, contribuiu para o enfraquecimento de iniciativas mais radicais no campo das sanções.

A avaliação predominante é que o episódio marca um ponto de inflexão: a tentativa de internacionalizar o embate político interno brasileiro perde tração, enquanto a normalização das relações diplomáticas entre os dois países ganha espaço. Com isso, o projeto político de Eduardo Bolsonaro, especialmente no exterior, passa a enfrentar maior isolamento.

Resumo

A revogação das sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, enfraquece a estratégia de Eduardo Bolsonaro de pressionar o STF por meio de apoio internacional. Além de perder força simbólica, o deputado enfrenta risco de perder o mandato por faltas na Câmara. Especialistas avaliam que o recuo americano reforça a retomada do diálogo institucional entre Brasil e Estados Unidos e esvazia o discurso mais radical do bolsonarismo.

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