O presidente da Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou que seu país estaria disposto a receber o presidente venezuelano Nicolás Maduro caso ele decida deixar o poder. A declaração chama atenção em meio ao aumento da pressão internacional contra o governo da Venezuela e ao agravamento das tensões com os Estados Unidos.
Lukashenko, que governa a Belarus desde 1994, declarou que Maduro “nunca foi inimigo” de seu país e que, se o líder venezuelano quisesse se refugiar em território bielorrusso, as portas estariam abertas. Segundo ele, essa possibilidade nunca foi discutida diretamente entre os dois governos, mas a relação entre Belarus e Venezuela sempre foi próxima.
As declarações foram dadas durante entrevista à imprensa internacional e repercutiram fortemente, principalmente pelo momento delicado vivido por Maduro. Questionado sobre a chance de o venezuelano renunciar, Lukashenko afirmou não acreditar que isso aconteça, dizendo que Maduro “não é o tipo de pessoa que abandona tudo e vai embora”.
O cenário geopolítico se torna ainda mais complexo pelo fato de a Belarus, recentemente, ter iniciado um movimento de aproximação com os Estados Unidos. Na última semana, Lukashenko recebeu em Minsk um enviado especial norte-americano, encontro que resultou na libertação de mais de 120 prisioneiros, incluindo um cidadão americano, além da suspensão de algumas sanções impostas ao país europeu.
Apesar dessa reaproximação com Washington, o governo bielorrusso segue mantendo diálogo com aliados tradicionais, como a Rússia e a própria Venezuela. Pouco antes do encontro com os americanos, Lukashenko se reuniu com o embaixador venezuelano para tratar de assuntos estratégicos e políticos.
Enquanto isso, a crise entre Estados Unidos e Venezuela segue se intensificando. Washington tem ampliado sua presença militar no Caribe e aumentado a pressão diplomática contra Maduro. Fontes da Casa Branca indicam que planos de contingência estão sendo avaliados discretamente para o caso de uma eventual deposição do presidente venezuelano.
Até o momento, Maduro não deu sinais de que pretende deixar o comando do país. No entanto, a fala de Lukashenko reforça a percepção de que aliados internacionais já discutem cenários alternativos para o futuro político da Venezuela.
Resumo
Alexander Lukashenko afirmou que a Belarus poderia receber Nicolás Maduro caso ele deixe o poder na Venezuela. A declaração surge em meio à crescente pressão dos EUA sobre o governo venezuelano e ao mesmo tempo em que a Belarus busca reaproximação com Washington, sem romper laços com antigos aliados. Maduro, por sua vez, não demonstrou intenção de renunciar.
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