A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou “indícios de fatos graves” e cobrou que o gabinete do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) apresente provas de que duas supostas funcionárias — Gabriela Batista Pagidis e Monique Agra Magno — realmente prestaram serviços ao parlamentar.
O pedido faz parte de um processo de auditoria do TCU que analisa possíveis irregularidades na lotação de servidores comissionados em gabinetes parlamentares. O órgão deu um prazo de 15 dias para que o deputado apresente documentos que comprovem o vínculo funcional das duas ex-servidoras, segundo reportagem publicada pelo portal Metrópoles, assinada pelo jornalista Tácio Lorran.
De acordo com a publicação, Gabriela Pagidis, que é fisioterapeuta, teria atuado em duas clínicas no Distrito Federal enquanto também constava como funcionária do gabinete de Hugo Motta entre 2017 e 2022. Nesse período, ela teria recebido mais de R$ 887 mil em salários e benefícios. Já Monique Magno teria ocupado, simultaneamente, um cargo de assessora na Prefeitura de João Pessoa, o que, segundo o TCU, seria incompatível com o exercício de um cargo em Brasília.
O Tribunal de Contas da União quer que o gabinete apresente os registros de frequência, comprovantes de acesso a ferramentas corporativas e relatórios de entrega de demandas para confirmar se houve, de fato, o cumprimento das funções. Também foi solicitado o envio das escalas de trabalho das servidoras e outros documentos internos que comprovem suas atividades.
O TCU ainda avalia encaminhar o caso ao Ministério Público Federal (MPF), que poderá solicitar medidas adicionais, como a quebra de sigilo bancário de servidores do gabinete, caso considere necessário aprofundar as investigações.
Vale destacar que, até o momento, a Prefeitura de João Pessoa não é alvo direto da apuração. O nome da administração municipal aparece apenas porque uma das servidoras investigadas, segundo o relatório, exercia função também na Prefeitura.
Até a última atualização da reportagem, a assessoria do deputado Hugo Motta não havia se manifestado sobre o caso.
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