O senador Romário (PL-RJ) voltou ao centro das atenções após protagonizar um gesto que pegou a base bolsonarista de surpresa — e de indignação. O ex-jogador, eleito com apoio de eleitores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, apareceu sorrindo ao lado do ministro do STF Flávio Dino, indicado por Lula, enquanto o presenteava com uma camisa do América Football Club.
O próprio Dino publicou a foto nas redes sociais e agradeceu o presente, exaltando a trajetória do tetracampeão. O gesto aparentemente cordial teve repercussão imediata, especialmente porque ocorre num momento de tensão entre o bolsonarismo e o Supremo Tribunal Federal.
Vale lembrar que Romário já havia sido criticado recentemente por não assinar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. À época, ele afirmou que estavam “inventando mentiras” sobre sua postura. Porém, a foto com Dino trouxe ainda mais destaque para esse distanciamento — agora visível ao público.
Na minha opinião, o comportamento de Romário reforça algo que muitos eleitores já comentavam: ele se afastou politicamente de Jair Bolsonaro e do grupo que o elegeu. Para mim, o ato de confraternizar com Flávio Dino — um ministro fortemente identificado com o governo Lula — simboliza um rompimento político com o bolsonarismo.
Não interpreto esse gesto apenas como cordialidade institucional. Na minha visão, ele representa uma mudança de alinhamento político. Romário, que foi eleito com apoio majoritariamente conservador, hoje parece adotar posições que agradam mais ao ambiente institucional do que aos seus eleitores originais.
Respeito sua história no futebol, mas entendo que, na política, Romário tem feito escolhas que considero incoerentes com o discurso usado em campanha. E acredito que o eleitor observa essas mudanças — e questiona.
0 Comentários