O ex-presidente Jair Bolsonaro passou por audiência de custódia neste domingo (23), após prisão preventiva, e informou que a tentativa de danificar sua tornozeleira eletrônica teria ocorrido durante um episódio que classificou como um suposto “surto”, possivelmente relacionado ao uso de medicamentos. Bolsonaro negou, contudo, qualquer intenção de fuga.
A sessão, realizada por videoconferência e com duração aproximada de 30 minutos, teve caráter estritamente formal. O ato foi conduzido por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que não participou diretamente da audiência. O objetivo foi verificar as condições da prisão, confirmar se o ex-presidente foi devidamente informado de seus direitos e registrar eventuais manifestações da defesa.
Segundo informações da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, o equipamento apresentou sinais de queima e manipulação. Bolsonaro informou ter utilizado um ferro de solda na tentativa de abrir a tornozeleira, fato que foi considerado como elemento relevante para a decretação da prisão preventiva, diante da avaliação de risco de fuga pelas autoridades competentes.
Não houve reavaliação do mérito da prisão, que segue sob competência do ministro Alexandre de Moraes. Assim, Bolsonaro permanece detido na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal. O vídeo da audiência não será divulgado, sendo apenas a ata oficial anexada ao processo que integra a ação penal relacionada à chamada trama golpista, na qual ele foi condenado a 27 anos e 3 meses.
Opinião
É evidente que Jair Bolsonaro atravessa um momento extremamente delicado em sua vida. A situação envolvendo a tornozeleira eletrônica, somada à pressão jurídica e à exposição pública constante, representa um peso emocional que não pode ser ignorado. Medidas como essa, sobretudo quando aplicadas a uma figura que já ocupou o cargo máximo da República, mexem profundamente com o psicológico de qualquer pessoa.
O que Bolsonaro vem passando está longe de ser algo simples ou fácil de suportar. A tornozeleira não é apenas um instrumento legal; ela carrega um simbolismo forte, que impacta a autoestima, a dignidade e o estado emocional. Estar sob vigilância permanente, sob olhares críticos e julgamentos públicos diários, inevitavelmente afeta a mente e o equilíbrio emocional.
0 Comentários