O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou uma nova rodada de visitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue cumprindo prisão domiciliar desde 4 de agosto. A decisão libera aliados importantes para encontrarem o ex-mandatário entre 24 de novembro e 11 de dezembro de 2025, confirmando que, mesmo longe das ruas, Bolsonaro continua movimentando o tabuleiro político brasileiro.
Entre os visitantes autorizados por Moraes estão três nomes estratégicos:
Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás e uma das vozes mais influentes do cenário nacional;
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e pré-candidato natural à sucessão presidencial, sempre orbitando o bolsonarismo;
Guilherme Derrite (PL-SP), deputado federal e ex-secretário de Segurança Pública paulista, figura forte no campo da segurança e um dos mais leais aliados do grupo.
A autorização chega poucos dias após Moraes liberar uma visita do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), marcada para 21 de novembro, das 9h às 18h. Isso mostra que o STF está, pouco a pouco, ajustando a rotina de restrições impostas a Bolsonaro — mas sempre sob rígido controle judicial.
Bolsonaro já supera 100 dias em prisão domiciliar. A medida foi decretada após reiteradas quebras das restrições cautelares, incluindo participação por videochamada em manifestações consideradas irregulares e tentativas de articulação política que, segundo o STF, extrapolavam os limites impostos.
Antes da prisão domiciliar, Bolsonaro já era obrigado a cumprir recolhimento noturno, usar tornozeleira eletrônica e evitar contato com diplomatas e redes sociais. O ministro Moraes justificou a ordem alegando “descumprimento reiterado” e risco de interferência em investigações em andamento.
Mas, mesmo cercado por condições severas, Bolsonaro mantém um fluxo constante de aliados à sua porta — seja para discutir política, demonstrar apoio, ou, como muitos analistas interpretam, alinhar movimentos para 2026.
A liberação dessas visitas joga luz sobre algo que muitos tentam ignorar: Bolsonaro continua sendo um polo de poder no Brasil, mesmo quando está preso em casa.
E não é pouca coisa quando dois governadores — São Paulo e Goiás — se movimentam para visitá-lo. Isso não é apenas solidariedade. Isso é política.
Tarcísio, por exemplo, é visto por parte da direita como o nome mais forte para 2026. Caiado, por sua vez, mantém trânsito entre diversos setores e tem musculatura suficiente para influenciar alianças regionais e nacionais. Derrite, mais ligado ao campo da segurança, reforça a base fiel do bolsonarismo.
Ou seja: não são visitas sociais. São movimentos estratégicos.
No tabuleiro, Moraes mantém a caneta e o controle jurídico.
Bolsonaro mantém influência, redes e seguidores.
E cada nova visita liberada evidencia que, goste-se ou não, o equilíbrio de forças entre os dois continua moldando o clima político brasileiro.
No fim das contas, não se trata apenas de uma lista de visitas.
Se trata de quem ainda orbita Bolsonaro, quem arrisca estar perto dele, e quem acredita que 2026 ainda passa pela sua sombra.
Goste ou não, essa é minha opinião.
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