Zema diz que prender Bolsonaro é “plano midiático da esquerda” e promete indulto se for eleito


O governador de Minas Gerais e pré-candidato à Presidência da República, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta quarta-feira (12/11) que concederá indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aos presos pelos atos de 8 de janeiro caso seja eleito presidente.

Durante entrevista à coluna de Paulo Cappelli, Zema declarou que, se estivesse na Presidência, já teria concedido anistia a todos os detidos. Segundo ele, os eventos do 8 de janeiro foram “um ato de vandalismo”, mas não configuraram tentativa de golpe.
“Precisamos passar uma borracha nesse episódio, que não foi golpe”, afirmou.

O governador disse ainda que depredadores devem responder pelos crimes cometidos, mas rejeitou a narrativa de que houve tentativa de tomada de poder. “Talvez seja o único golpe do mundo não armado, sem envolvimento de qualquer força de segurança”, ironizou.

Zema também defendeu que o perdão incluiria Bolsonaro, citando problemas de saúde do ex-presidente decorrentes da facada de 2018.

Questionado sobre uma possível transferência de Bolsonaro da prisão domiciliar para o presídio da Papuda, Zema disse ver a hipótese como “um plano midiático da esquerda, mais do que uma necessidade”.

O governador afirmou perceber “alinhamento” entre o STF e o governo federal, reforçando sua crítica ao que chamou de politização do processo.

Zema não está defendendo vandalismo; está defendendo coerência — na interpretação dele. E nisso, na minha avaliação, ele acerta. O episódio de 8 de janeiro foi vergonhoso, mas não teve tanque na rua, não teve comandante de força, não teve articulação militar visível. Se alguém quiser chamar isso de “golpe”, então estamos falando, no mínimo, de um episódio extremamente desorganizado.

A verdade é que o tema virou um produto político, um espetáculo usado por diferentes grupos conforme seus interesses.

Quando Zema comenta que prender Bolsonaro seria mais “midiático” do que necessário, ele toca em um ponto central da política atual: existe, sim, uma disputa de narrativa em curso. Para alguns atores políticos, manter Bolsonaro como “inimigo número 1” é conveniente para ocupar espaço. É jogo. Jogo pesado — na minha visão.

Agora, goste ou não de Bolsonaro, transformar ele em troféu — seja numa eventual prisão ou numa medida restritiva — apenas para alimentar manchetes, não resolve os problemas reais do país, na minha opinião. Só amplia a polarização, o circo e a turbulência.

Zema acerta quando fala em “virar a página”. O Brasil enfrenta desafios reais: saúde, segurança, emprego, economia e uma sociedade rachada ao meio. Ficar eternamente revisitando 8 de janeiro não coloca comida no prato de ninguém.

Goste ou não, essa é a minha opinião, baseada na minha leitura dos fatos e do cenário político atual.

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