O senador Ciro Nogueira (PP-PI) deixou claro que não aceitará ser candidato a vice-presidente em nenhuma chapa da direita para as eleições de 2026. A declaração foi feita após, segundo ele, suas falas estarem sendo distorcidas e interpretadas como um possível interesse na vaga.
Em entrevista ao Estadão, Ciro afirmou que sua posição vinha sendo mal compreendida:
“Tudo o que eu falava, estavam desvirtuando porque diziam que eu queria ser vice”, disse.
O senador contou que comunicou pessoalmente sua decisão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma visita à prisão domiciliar.
Segundo Ciro, o recado foi direto:
“Já comuniquei ao presidente Bolsonaro que meu nome não está disponível para isso.”
Ciro Nogueira também comentou que a discussão sobre o vice será tratada mais adiante.
“Essa questão de vice vai ser discutida depois”, afirmou.
Para ele, qualquer nome competitivo dependerá do apoio de Bolsonaro:
“O maior eleitor do campo do centro e da direita é o presidente Bolsonaro.”
O senador adiantou ainda que a direita pretende anunciar seu candidato até dezembro:
“Nós temos que anunciar qual será o candidato do centro e da direita do País.”
Ciro reforçou que seu foco está em buscar um novo mandato pelo Piauí:
“Eu vou ser candidato ao Senado pelo meu Estado. Acho que tenho que cumprir meu papel no Piauí.”
O senador também afirmou ter resolvido o desentendimento com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), que havia insinuado que Ciro buscava a vice-presidência.
Segundo Ciro, o mal-entendido está resolvido:
“Eu liguei para ele e a gente já esclareceu. Viramos essa página.”
Na minha visão, a decisão de Ciro Nogueira de dizer “não” à vice de Bolsonaro em 2026 não é apenas um gesto pessoal — é um recado claro sobre o momento da direita no Brasil. Ciro sabe exatamente onde pisa, e sabe também que a chapa presidencial ainda é um campo minado, cheio de vaidades, disputas internas e incertezas.
Eu vejo o movimento dele como algo calculado. Ele não quer entrar numa disputa onde o protagonismo não é dele. No Senado, ele manda, articula, constrói e derruba. Como vice, ele seria apenas um enfeite. E Ciro nunca aceitou ser coadjuvante.
Outro ponto é que a direita, goste ou não, ainda não encontrou um nome definitivo para liderar o projeto em 2026. Todo mundo especula, todo mundo se coloca, todo mundo testa força — mas decisão real, até agora, nenhuma. E quando até o Eduardo Bolsonaro e Ciro Nogueira começam a trocar farpas, fica evidente que a união do grupo está longe do ideal.
Para mim, Ciro está jogando para preservar seu espaço, sua força e sua influência no Piauí e em Brasília. E ele sabe que entrar como vice num cenário bagunçado pode ser um tiro no pé.
Essa é a minha leitura dos bastidores — goste ou não.
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