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Ex-ministro admite doação de R$ 60 mil — mas o doador está na mira da CPMI do INSS


O ex-ministro do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, surpreendeu ao admitir, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que recebeu R$ 60 mil de um dos alvos da investigação. O caso foi revelado nesta quinta-feira (6/11) e rapidamente movimentou os bastidores políticos em Brasília.

Segundo Onyx, o valor foi doado por Felipe Macedo Gomes, ex-presidente do Amar Clube de Benefícios, que é investigado pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. A operação apura um esquema de fraudes e descontos indevidos em benefícios de aposentados.

Ao ser questionado pelo relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre se os R$ 60 mil poderiam representar “vantagem indevida pelo exercício do cargo de ministro da Previdência”, Onyx respondeu que “sim, recebeu o valor”, mas alegou que se tratava de uma doação de campanha legal e declarada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS).

O ex-ministro tentou afastar suspeitas de irregularidades, afirmando que todas as contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e que não houve troca de favores. “As doações estão todas registradas, com total transparência”, defendeu.

A CPMI também decidiu convocar o advogado Pietro Lorenzoni, filho do ex-ministro, após vir à tona que ele teria atuado para a União Brasileira de Aposentados da Previdência (Unibap) em 2021 — quando o pai ainda ocupava o cargo de ministro. A entidade também aparece nas investigações da PF.

Nos corredores do Congresso, o depoimento de Onyx gerou comentários sobre o peso político da confissão, especialmente em um momento em que a CPMI busca identificar o caminho do dinheiro em contratos e doações suspeitas ligadas ao sistema previdenciário.

A CPMI do INSS segue ouvindo novas testemunhas e promete aprofundar a apuração sobre a ligação entre empresas de benefícios e possíveis favorecimentos políticos.

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