Moraes dá prazo a Cláudio Castro e promete cobrar tudo sobre operação que terminou em tragédia no RJ

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e outras autoridades estaduais prestem esclarecimentos detalhados sobre a operação policial considerada a mais letal da história do estado, que deixou mais de 120 m0rtos e gerou forte repercussão em todo o país.

A audiência foi marcada para o dia 3 de novembro, e Moraes quer que tudo seja esclarecido ponto a ponto, conforme solicitação do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). O ministro também definiu horários específicos para ouvir cada autoridade envolvida, incluindo o secretário de Segurança Pública, o comandante da Polícia Militar, o delegado-geral da Polícia Civil e o diretor da Polícia Técnico-Científica.

Além do governador, Moraes também ouvirá o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, o procurador-geral de Justiça e o defensor público-geral do estado. Todos deverão apresentar informações detalhadas sobre as ações das forças de segurança durante a operação.

A medida faz parte da chamada “ADPF das Favelas”, processo que monitora a letalidade policial no Rio de Janeiro e cobra medidas para reduzir mortes em confrontos. O caso estava sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, mas foi transferido a Alexandre de Moraes, que assume a responsabilidade até a nova designação no STF.

O clima é de tensão nos bastidores políticos, já que o governador enfrenta simultaneamente uma ação no TSE que pode levar à cassação de seu mandato, o que aumenta ainda mais a pressão.