O Ministério Público Federal (MPF) entrou em rota de colisão com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Câmara dos Deputados ao defender a continuidade da investigação que envolve o nome do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). A apuração trata da contratação da fisioterapeuta Gabriela Batista Pagidis, apontada em denúncia como possível funcionária fantasma entre 2017 e 2025.
De acordo com informações divulgadas pelo jornalista Tácio Lorran, do portal Metrópoles, o Ministério Público avalia a possibilidade de ter havido prejuízo aos cofres públicos, uma vez que a servidora teria recebido cerca de R$ 807,5 mil em salários e benefícios durante o período em que esteve lotada na Câmara dos Deputados.
O MPF argumenta que, mesmo com a exoneração de Gabriela Pagidis em julho de 2024, a medida não encerra a responsabilidade sobre os fatos, defendendo que o processo continue até o fim da coleta de provas. A posição contrasta com a da AGU, que sustenta que o desligamento da servidora teria encerrado a questão.
No entendimento do Ministério Público, “a exoneração não afasta o eventual desvio de finalidade pública”, e caso a investigação comprove irregularidades, os valores pagos poderão ser devolvidos aos cofres públicos.
A ação judicial tramita no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e é conduzida pelo advogado Rafael Severino Gama, autor da representação. O processo pede o reconhecimento de ilegalidade na contratação, a anulação do vínculo e o ressarcimento de eventuais danos ao erário.
Até o momento, o deputado Hugo Motta não foi condenado nem há decisão final sobre o caso. O processo segue em fase de apuração, e o parlamentar mantém o direito à ampla defesa e ao contraditório, princípios garantidos pela Constituição Federal.
O Papaleguas PB segue acompanhando o desenrolar desse caso que tem movimentado Brasília e repercutido também na política paraibana.
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