A megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro (RJ), que deixou mais de 120 mortos e tornou-se a mais letal da história do país, reacendeu um dos temas mais sensíveis da política nacional: a segurança pública.
Com o impacto do caso e o aumento da sensação de insegurança entre os brasileiros, governadores de direita aproveitaram o momento para tentar reorganizar o campo conservador e buscar fôlego político diante da retomada de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante a semana, nomes de peso como Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Tarcísio de Freitas (SP) realizaram reuniões — uma delas presencialmente no Palácio Guanabara, no Rio — que resultaram na criação do chamado “Consórcio da Paz”, uma aliança entre estados para o combate conjunto à violência. Segundo Caiado, o grupo será aberto a outros governadores interessados em integrar a iniciativa.
Nos bastidores, o movimento foi interpretado como uma estratégia de antecipação eleitoral, já que o tema da segurança pública deve ser um dos principais debates de 2026. Apesar das negativas oficiais, lideranças conservadoras veem na pauta uma oportunidade de reconquistar apoio popular e construir um discurso de oposição mais forte ao governo Lula.
O governador Cláudio Castro (RJ), anfitrião do encontro, declarou ao Metrópoles que o governo federal “não vê segurança pública como prioridade”, reforçando que mantém essa crítica “de forma recorrente”.
A direita pretende agora levar o tema ao Congresso Nacional, com foco na PEC da Segurança, proposta pelo governo Lula, mas que enfrenta resistência entre os governadores oposicionistas. A expectativa é que a pauta seja usada como trincheira política nos próximos meses, em meio à crescente polarização e à disputa por espaço no cenário nacional.
Analistas políticos avaliam que o “Consórcio da Paz” simboliza mais do que uma parceria administrativa — representa o início de uma frente unificada da direita, que busca se fortalecer para enfrentar Lula nas urnas de 2026.
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