O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a provocar polêmica no cenário internacional ao acusar os Estados Unidos de tentarem “roubar as maiores reservas de petróleo do mundo”. A declaração foi feita durante o Encontro Parlamentar do Grande Caribe em Defesa da Paz, realizado em Caracas, na última sexta-feira (31/10).
Em um discurso inflamado no Palácio de Miraflores, Maduro afirmou que Washington estaria promovendo uma “guerra multifacetada” contra os países da América do Sul, especialmente a Venezuela, por conta de suas riquezas naturais e posição estratégica.
“Se não tivéssemos 30 milhões de hectares de terras aráveis, nem a maior reserva de petróleo do mundo e a quarta de gás, talvez nem fôssemos mencionados”, declarou o líder venezuelano.
Segundo Maduro, as “pressões externas” são parte de uma ofensiva coordenada que mistura sanções econômicas, campanhas políticas e o que ele chamou de “guerra psicológica”. Ele acusou os Estados Unidos de tentarem impor uma “agenda de ameaças militares” na região.
“O povo venezuelano continuará construindo seu modelo democrático, com autonomia e soberania, sem abrir mão de um pingo de dignidade”, reforçou.
Durante o evento, Maduro também fez um apelo à união entre os países da América Latina e do Caribe, convocando movimentos sociais e forças políticas a criarem uma frente comum de resistência.
“Nossa luta é pela soberania e pela paz. A vitória da Venezuela será a vitória de toda a América”, disse.
O presidente ainda ironizou o que chamou de “narrativa caluniosa” de Washington, comparando as ações dos EUA na Venezuela às repetidas intervenções no Haiti.
“Os supremacistas estão vindo para nos salvar”, ironizou. “O Haiti foi desmembrado por mais de 100 intervenções militares gringas.”
Questionado por repórteres sobre o assunto, o presidente dos EUA, Donald Trump, negou que esteja planejando uma ação militar contra a Venezuela, mas admitiu que “ainda não tomou uma decisão sobre possíveis alvos”.
As declarações de Maduro reacendem o debate sobre as tensões entre Caracas e Washington — uma relação marcada por sanções, disputas políticas e interesses bilionários no setor energético.
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